sexta-feira, 17 de março de 2017

RESENHA: HARRY POTTER E A CRIANÇA AMALDIÇOADA, JK ROWLING

"Quando os outros forem poupados, quando o tempo for virado, quando filhos invisíveis assassinarem os pais: então o Lorde das Trevas retornará."


Editora: Rocco
Livro: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada
Edição: Especial do roteiro de ensaio
ISBN: 978-85-325-3042-4
Ano: 2016
Páginas: 352
Idioma: Português


BASEADA EM UMA HISTÓRIA ORIGINAL DE JK ROWLING
JOHN TIFFANY & JACK THORNE





De volta ao mundo mágico de Harry Potter, o que se pode constatar é que de fato, é mesmo tão grande quanto se pode imaginar. Além da saga retratada por JK ROWLING em sete livros romanceados e muito queridos, que foram adaptados para oito filmes no cinema, temos diversas histórias extras que compõem o mesmo universo. Entre elas: "Animais Fantásticos e Onde Habitam" que além de um catálogo  em forma de livro, também foi adaptado para o cinema em 2016 com direito a estreia de Rowling como roteirista, gerando uma nova saga com mais 4 filmes que irá se passar em uma linha temporal anterior. Impossível não destacar aqui a imensa lista de possibilidades que as histórias puderam trazer para toda uma geração. E como se não bastasse... os fãs ainda foram presenteados recentemente com o roteiro da peça de teatro baseada em uma história original de JK ROWLING, JOHN TIFFANY & JACK THORNE: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. 

SINOPSE:
A OITAVA HISTÓRIA.
DEZENOVE ANOS DEPOIS...

"Sempre foi difícil ser Harry Potter, e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar.
Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado da família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: ás vezes as trevas vêm de lugares inesperados."


A saga que até então parecia ter um final definitivo e duradouro, tem início no momento em que Rowling concluiu a série de Harry Potter mostrando Harry, sua esposa Gina, na estação de King's Cross, com seus três filhos: Thiago, Lílian e Alvo Severo. Sendo o primeiro ano de Alvo em Hogwarts. O roteiro segue então a partir deste momento, acompanhando Alvo e Escórpio, que é filho de Draco Malfoy. 
Para uma ironia do passado, os dois iniciam uma amizade e acabam se entendendo muito bem, afinal, são dois jovens que procuram encontrar seu lugar em Hogwarts e no mundo. O chapéu seletor coloca ambos na Casa da Sonserina. Sim. Alvo Severo Potter é selecionado para a Sonserina. No entanto, eles sabem que não são exatamente como os pais, tanto em habilidades quanto em engenhosidade, mas acabam sentindo o peso dos nomes e da família caírem sobre si. 
Além da trama contar com um novo vilão, o enredo tem a volta do dispositivo vira-tempo, (que se encontrava erradicado desde o terceiro livro da saga - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) o que torna possível a volta das crianças no passado de Harry e a JK Rowling "reescrever" de certa forma esse passado e tornar possível linhas do tempo alternativas em que pequenas alterações nos acontecimentos influenciam e distorcem diretamente o futuro. O foco acaba sendo no que poderia acontecer de diferente se houvesse outro futuro.


A escrita em forma de roteiro acaba tornando lenta a introdução do leitor na história, de certa forma, demora chamar atenção. Principalmente se for um leitor que está iniciando a saga agora neste livro (o que de fato, não recomendo...) e não conhece com clareza a escrita da autora nos trabalhos romanceados.  A distração e a diversão contida nos elementos teatrais de palco acabam deixando um aspecto mais vago e por fim deixa um pouco a desejar nos detalhes em descrição de cenários e personagens. O que pode atribuir aos novos personagens, talvez, alguma noção de incompletude. 
Outro ponto interessante que se deve ressaltar é o conturbado relacionamento entre pais e filhos nesta história. Tanto no que diz respeito a Harry e Alvo,  quanto a Draco e Escórpio. Ambos tem de passar por situações onde são incompreendidos por seus pais e vice-versa. Todo o decorrer da história acaba colocando esse relacionamento à prova, tanto para os Potter, quanto para os Malfoy. Foi um ponto interessante que Rowling quis tocar.
No entanto, devemos lembrar que o propósito era ser uma obra de teatro e não um trabalho voltado para a literatura. Enfim, o que se pode dizer é que a nostalgia sentida ao adentrar as páginas é de fato emocionante. Poder  voltar ao passado de Harry em alguns pontos e reler sobre personagens que foram importantes na história é sim um remédio para os amantes de toda a saga do menino que sobreviveu.
É certo que foi um tremendo fan-service e que muitos fãs, assim como a própria JK ROWLING queriam saber o que aconteceria se Voldemort tivesse de certa forma vencido. É de se esperar que as histórias que possam surgir futuramente após esta sejam com os novos bruxos e venham a atrair uma nova geração de fãs.
O livro em forma de roteiro (JOHN TIFFANY & JACK THORNE), particularmente, tornou a leitura rápida, por poupar explicações de detalhes e desenvolvimento de personagens e fez ainda com que a idealização fosse bem superficial ao adentrar na história. Falando, obviamente, do ponto de vista de alguém que já leu 3 livros da saga e assistiu aos 8 filmes. Foi uma leitura que gostei mas não me encantou profundamente.


Classifico como 4 balõezinhos:
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